tag:blogger.com,1999:blog-252204577190043650.post6406288513498853090..comments2014-06-22T06:05:04.885-07:00Comments on Guerrilha Industrial: O conflito está na contemplação (atualizado)Unknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-252204577190043650.post-38261626142276230292013-10-17T12:16:10.346-07:002013-10-17T12:16:10.346-07:00Meu caro, primeiramente obrigado pelos comentários...Meu caro, primeiramente obrigado pelos comentários. Imaginei um texto mais claro, mas como sempre o resultado tem sua própria autonomia.<br /><br />Eu comentar rapidamente (estou no trabalho agora), apenas duas questões.<br /><br />Por que definir ontologicamente? Porque a elaboração de um esquema ontológica é uma via possível para extrapolar as configurações concretas. Isto quer dizer produzir novas configurações, induzir novos tipos de experiência. Não se trata de conquistar precisão (em sentido epistemológico), mas mobilidade (em sentido especulativo). Trata-se de elaborar conceitos que transitem fluidamente em casos concretos, não definindo-os, mas sendo por eles definidos. Um esquema ontológica, como o entendo a partir da filosofia do processo, não é uma grade conceitual de onde se pode deduzir os casos concretos, mas um convite à dança, uma insinuação, um mero “apontar” – daí eu insistir muito na ideia de indexicalidade. Então não vejo uma divergência entre o que você apontou e uma definição ontológica, o esquema é propriamente configuração, não só na história, os conceitos da física também são aglomerados históricos, dos quais fazem parte ondas, partículas, sistemas experimentais, cientistas, verbas de governo, poeira cósmica, etc. Definir ontologicamente um conceito de conflito antes de pensar os Blocs como conflitos é um ensaio de configuração conceitual; o definido ontologicamente não entrará na definição histórica como uma ferramenta, ou uma “estante conceitual” pra dar forma ao conflito real; os conceitos são formas sim, isto é o que os permite serem indexais, mas são formas pobres, vazias, que repelem qualquer conteúdo. Não se pode ficar parado nelas; elas desordenam ao configurar, talvez seja isto o que quer dizer experiência, a noção mais importante desta brincadeira ontológica.<br /><br />Contemplação é realmente uma palavra muito ruim. Sobretudo porque estou pensando em qualquer ator, incluindo inumanos; tenho em mente sim algo como um visar, que poderia ser entendido como intencionalidade, mas não sei. Lembro de certo dia comentar na aula do Hilan que gostaria de me livrar do conceito de intencionalidade, pois se começarmos com ele iremos em algum ponto fundamentar as relações, alguns dos polos será mais que um relacionado, será um definidor de relações, mas ainda oscilo bastante. Quando o fogo queima o algodão, pra usar um exemplo do Harman, há um visar de todas e cada uma das moléculas do algodão pelo fogo. Há um tratar de tipo caixa-preta aqui, o fogo não quer saber da brancura do algodão, ele apenas o visa como combustível. Estou pensando basicamente que o encontro entre dois atores se dá em um brutal horizonte de ignorância a respeito de sua “base aliada”, da multiplicidade de atores outros (das pequenas moléculas às expectativas econômicas) que precisam se manter conformados para que haja estabilidade. Cada encontro coloca, neste sentido, muitas possibilidades que poderiam desconfigurar este mundo que o ator ignora. O conflito é isto intensificado porque os atores já estão se movimentando em um cenário de possibilidades mutuamente contraditórias, e eles de alguma forma “sabem” disto, daí o recurso à palavra contemplação. Eu poderia dizer também “séries de preensões”, ou algum termo whiteheadiano, mas preferi esta apropriação a fazer alguma torção no esquema de Whiehtead. Ainda preciso pensar, não sei.<br /><br />Perfeita a ideia de conflito como desagregação, perceba que eu não defini o que é o conflito, eu falei mais sobre quando há o conflito, sobre onde está o conflito; e aqui acho que você apontou para uma definição ontológica ainda mais acurada, com possibilidade de modalizações (realizados ou não ou quase). À noite volto pra comentar mais.<br />Kaio Rabelohttps://www.blogger.com/profile/12955503136031520180noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-252204577190043650.post-14621986484646714992013-10-17T10:50:57.056-07:002013-10-17T10:50:57.056-07:00Entendo a definição de conflito também como um esf...Entendo a definição de conflito também como um esforço fundamental. Chegando ao fim de mais uma leitura deste seu texto não consigo perceber contradições ou equívocos nos níveis da definição. Na verdade restaram dúvidas, que talvez possam se passar por questionamentos.<br /><br />Primeiro: não recorreria a uma definição ontológica da noção de conflito, pois a reconheço como histórica, isto é, formada "essencialmente" por eventos, circunstâncias "sui generis". Não digo que as modalidades se opõe, apenas que abriria mão de outro recursos. Habituamos a chamar as definições históricas de conceitos, quando na verdade propomos apenas noções, aglomerados de conceitos dispostos a se alterarem, tornarem genéricos ou particulares, aparecerem e desaparecerem... A verdade é configuração, do ponto de vista histórico.<br /><br />Segundo: não seria o termo contemplação sobrecarregado da noção de intencionalidade? Que termo pode dar conta da definição (configuração) de "ator" do 6.3? Não sei. A intencionalidade inerente ao contemplar parece não fazer justiça às formas de atualidade e de alianças pelas quais as ações dos "atores" são acertadamente apresentadas. Tal colocação não refuta a definição, claro. Apenas fiquei aqui pensando sobre a sobrecarga na ideia de contemplação.<br /><br />Ainda: A diferenciação entre conflito e confronto me parece bastante acertada. Conflitos potenciais realizados, não realizados ou quase-realizados nos confrontos. Não?<br /><br />Por fim: Definiria o conflito do ponto de vista histórico como desagregação - a noção de desagregação (pode) configurar cenários adequados ao trato com a específica relação-conflito. Se tais cenários permitirem realizar a desagregação, a desmontagem, da relação-conflito, se tem o confronto como fenômeno. Qual seria a vantagem de se propor uma definição de conflito através da noção de desagregação? Evitaria a fetichização dos atores, um dos riscos (possibilidades) que o conflito porta. O conflito não pertence aos seus atores, mas à desagregação que eles podem oferecer aos sistemas com os quais se relacionam - sejam eles mesmos, sejam os outros, as coisas, etc. O item 6.3 critica explicitamente tal fetichização. <br />Mas, quem torna os atores relação meios-fins (isto é, ora coisas, ora "sujeitos": os fetichiza)? No caso de algumas ações - como parece ser as dos blocs, certamente não eles mesmos. Afinal, se apresentam (e são apresentados) como pura desagregação. Mas também não são os homens-bombas, mas quem os enviam e quem os recebem. <br /><br />jose https://www.blogger.com/profile/00781965345920803034noreply@blogger.com