segunda-feira, 31 de março de 2014

Máscaras, Disfarces e Pseudônimos

"Am meisten hat ein jeder mit seiner Antithese zu tun... Antinomie der Bildung" F.S.

"Ideale sind erreichbar, denn sie beruhen alle auf Synthesis und Widerspruch, Schweben und Schwanken" F. S.



Máscaras, pseudônimos  e disfarces: ser um só e sempre o mesmo nunca é suficiente. Maquiagens, perucas, próteses e costumes para esconder a feia natureza. Lenço sobre o rosto e chapéu cobrindo os olhos para o crime perfeito. Distúrbios de caráter e dupla personalidade para evitar o encontro consigo mesmo. O grande cineasta alemão Werner Herzog disse uma vez se interessar profundamente pelo fenômeno humano de vestir máscaras. De fato, isso é algo misterioso. Me pergunto se estamos tentando de fato nos livrarmos da prisão da individualidade ou se somos mímicos já há séculos, pois deuses e espíritos outrora sempre se revelavam de forma icógnita, disfarçada ou incorporada em seres da natureza.

É incrível como estamos o tempo todo tentando nos impôr diante de outros e diante de nós mesmo nos superar ou esquecer quem fomos. Melhor seria ser uma comunidade em si ou ser consequente com nossa inconsequente personalidade. Quem sempre repete a mesma opnião e preconceitos e preza por um comportamente consequente é porque não tem creatividade para ser outro.


Para aqueles que pensam que escrever é a via mais direta e sincera à personalidade do escritor, eu digo: eu escrevo para me idealizar, para me fantasiar, para ser quem eu nunca poderia ser, para destruir o tédio do dia-a-dia de viver sempre comigo mesmo. Escrevendo eu sou mais eu e vários ao mesmo tempo; me dissipo e me perdo através de páginas, mesmo daquelas que apenas sonhei, porém nunca escrevi. 

Não acredite em que é seguro demais de si; estamos o tempo todo mentido, fingindo e escondendo quem realmente somos.

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